Entrevistas
Confira nossa entrevista especial com o convidado da Caixa Residencial
Bem-vindo à nossa série de entrevistas da Perinity!
Aqui, destacamos líderes e especialistas do mercado, compartilhando suas experiências e insights sobre governança, risco e conformidade. Cada entrevista oferece uma visão aprofundada dos desafios e sucessos nas diversas indústrias, ajudando você a entender melhor o cenário atual e as melhores práticas. Acompanhe nossas conversas para se inspirar e aprender com os principais nomes do setor.
Laurindo Lourenço dos Anjos
Diretor de Riscos e Compliance
Como começou a sua trajetória até se tornar um especialista em riscos e compliance?
Ninguém cresce sonhando em ser gestor de riscos ou especialista em compliance, porque essa não é uma graduação comum no Brasil. Comecei como atuário, uma área pouco conhecida, mas essencial para prever e precificar eventos futuros. Trabalhei por 15 anos na Porto Seguro, passando por diversas áreas e sempre mudando de função a cada dois anos. Essa curiosidade me preparou para transitar por diferentes setores e aprender a olhar o negócio sob várias perspectivas.
A sua carreira foi marcada por experiências em multinacionais. Como essas passagens moldaram sua visão de gestão?
Atuar em multinacionais foi fundamental. Passei pela MetLife e Mafre, onde vivenciei culturas muito diferentes – americana e espanhola. Essas experiências trouxeram uma nova visão sobre gestão e riscos, especialmente em como mensurar o futuro e lidar com a pressão regulatória. No Itaú Unibanco, entrei para atuar na reformulação das áreas de risco, aprendendo a conectar riscos financeiros e de seguros com as decisões estratégicas da alta administração.
Como foi sua experiência ao participar da criação da Caixa Residencial?
Foi um dos maiores desafios da minha carreira. A Caixa Residencial nasceu de uma parceria entre a Caixa Econômica e a Tokio Marine, combinando uma cultura de prevenção japonesa com a realidade do mercado brasileiro. Começar algo do zero é fascinante, mas exige muita paciência e habilidade para alinhar expectativas, criar processos eficientes e engajar equipes. Estabelecer a cultura de risco desde o início foi essencial para o sucesso.
Quais foram os maiores desafios na implementação de processos de governança e compliance em uma empresa nova?
O principal desafio foi formar uma equipe diversa e convencer as diferentes áreas sobre a importância de boas práticas de governança. Implementar uma cultura de riscos em uma startup é complicado porque, no início, tudo funciona no improviso – com Excel, PowerPoint e criatividade. Além disso, mostrar o valor agregado de ferramentas como o GRC exigiu esforço. Nossa meta sempre foi que a gestão de riscos fosse absorvida como parte natural do processo pela primeira linha de defesa.
Como a regulamentação impacta o seu trabalho?
Trabalhar em um setor regulado facilita, pois o que é exigido pelo regulador não está em discussão – precisa ser cumprido. Mas o maior desafio é interpretar essas normas, que hoje são mais baseadas em princípios do que em regras rígidas. Isso demanda maturidade e entendimento profundo dos riscos para adaptar as práticas à realidade da empresa. A participação em comitês e uma governança bem estruturada são essenciais para garantir a eficácia dessa adaptação.
Você acredita que a tecnologia é fundamental para o futuro da gestão de riscos e compliance?
Sem dúvida. A tecnologia não é apenas tarefa da TI; é uma aliada estratégica. Ferramentas como o GRC e sistemas preditivos agilizam processos e aumentam a precisão das decisões. No entanto, o desafio está em desenvolver habilidades técnicas nas equipes para que elas possam usar essas ferramentas de forma eficaz. No futuro, veremos cada vez mais a integração de IA e automação, mas isso exige uma mentalidade de aprendizado contínuo por parte dos profissionais.
Como a tecnologia pode transformar a governança de dados e a gestão de riscos?
Um exemplo claro é o ORSA, que exige que todas as informações estejam interconectadas para uma avaliação precisa dos riscos. Isso representa um grande desafio, pois muitas empresas ainda trabalham com dados fragmentados. No futuro, decisões de negócios serão baseadas em dados em tempo real, e ferramentas como Power BI e IA serão integradas diretamente nos processos de governança.
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*LGPD – É a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, Lei nº 13.709/2018, é a legislação brasileira que regula as atividades de tratamento de dados pessoais e que também altera os artigos 7º e 16 do Marco Civil da Internet.
*DPO – Data Protection Officer garante, de forma independente, que uma organização aplica as leis que protegem os dados pessoais dos indivíduos. A designação, posição e tarefas de um DPO dentro de uma organização são descritas nos Artigos 37, 38 e 39 do Regulamento Geral de Proteção de Dados da União Europeia.